As Apelações Deseperadas de Marina

24/09/2014 07:42

Na reta final da campanha, Marina Silva começa a apelar utilizando a argumentação que nasceu pobre e passou fome. Mesmo reconhecendo a veracidade do seu argumento, ele não passa de uma estratégia de discurso apelativo na tentativa de ganhar identificação entre as camadas mais populares. É uma tentativa de descolar sua imagem da Neomarina, amiga de banqueiros e neoliberal.

Marina nasceu pobre, conheceu as vicissitudes de uma vida difícil e conseguiu se formar e se tornar professora. As dificuldades começaram a diminuir, com certeza, quando se elegeu vereadora em Rio Branco. Vale lembrar que Marina foi eleita pelo Partido dos Trabalhadores.

Todos esses argumentos se sustentariam se Marina se mantivesse coerente com a sua origem, se ela
conservasse uma mínima identidade com a sua classe social de origem. Marina se elegeu senadora aos 36 anos, novamente eleita pelo PT, e manteve sua luta, naquele momento mais confortável, pelas causas ecológicas.

 Lula a nomeou ministra do meio ambiente, pasta extremamente importante no Brasil, responsável pelo monitoramento de nossas riquezas naturais e pela Amazônia, cobiçada pelo mundo. Frente às dificuldades da pasta, Marina "abandonou o barco", abandonou a luta, não buscou viabilizar projetos que acreditava. A partir daquele momento, Marina, que teve uma carreira política meteórica, julgou que manteria sua "performance" eleitoral e seria eleita presidente. Mesmo que para isso tivesse que pegar carona no PV, que perdeu totalmente sua identificação enquanto partido de esquerda; buscar, sem êxito, a criação da Rede; e por fim, aproveitar-se da morte de Eduardo Campos e da ambição desmedida do PSB e lançar sua candidatura à presidência da
República.

Nessa conjuntura a ex-moça pobre deixou expostas as suas contradições a as suas novas convicções: autonomia do Banco Central, princípios neoliberais e posicionamentos conservadores do ponto de vista comportamental e religioso, lembrando o comportamento da maioria dos evangélicos durante a ditadura
militar. Aí está a explicação para a simpatia que setores mais conservadores das Forças Armadas têm pela candidata, a maior parte das denominações evangélicas apoiou a ditadura. Transformar uma banqueira, a Neca Setúbal, em educadora foi outro erro de Marina, foi um tremendo desrespeito aos professores.

Manter a identificação de classe é difícil; lutar contra uma imprensa preconceituosa e se manter de pé, com
cabeça erguida, sem trocar de partido, sem mudar suas convicções, só para quem tem o CORAÇÃO VALENTE, só para Lula e Dilma.