As Origens do Horror de Malafaia aos Homossexuais

03/09/2014 12:48

Essa discriminação é histórica. Durante a Idade Média, a Igreja Católica segregava homossexuais, prostitutas, leprosos, judeus e bruxas. Para todos os segmentos a justificativa era sexual. Os leprosos eram acusados de práticas sexuais promíscuas, os judeus eram pederastas, as prostitutas e homossexuais dispensam justificativas. 
Não é difícil perceber que sexo é inerente ao ser humano, independente da sua opção sexual. Dessa forma é mais fácil condenar, é mais viável convencer pelo medo ou por uma pregação moralista. O argumento utilizado é a manutenção da família, principal organismo da sociedade e base para todos os argumentos que visem manter os "bons costumes" da sociedade brasileira.

Dentro de uma sociedade capitalista é mais que natural garantir os "valores" da família tradicional, mesmo que seja desrespeitando as famílias dos homossexuais, lésbicas e outros que "atentem" contra a vontade de "Deus". É importante, sobretudo, manter o patrimônio familiar, coisa que esses pastores sabem muito bem tratar. Ao contrário de padres, eles casam e montam uma situação econômica e financeira invejável a qualquer trabalhador temente a Deus e seguidor da Bíblia.

As mulheres que lutaram pela sua emancipação eram taxadas como mal amadas, mulheres da vida e outros termos semelhantes. O argumento era que elas tinham se afastado de Deus, por isso não constituiam famílias sólidas e eram pecadoras.

Os negros, quando começaram a se organizar e lutar efetivamente e politicamente contra o racismo, a "elite" branca de Salvador perguntava: o que é que esses pretos querem? Bloco elitista de carnaval exigia foto, não raras eram as reprovações de foliões que pretendiam passar o carnaval dos cinco dias de ilusões criado por ACM. O racismo também tem justificativa religiosa, afinal de contas para justificar a escravidão europeus também utilizaram passagens bíblicas.

A partir do momento que o LGBT começou a se organizar e buscar seus direitos, eis que ressurgem posicionamentos fascistas e canalhas contra esse grupo. Melhor seria, utilizando termo pregado dentro das igrejas, semelhantes.

Cabe a qualquer ser pensante, a qualquer cidadão que não seja influenciado pelo discurso profético desse cidadão, que nada mais é que um empresário da fé e que não paga impostos sobre os lucros auferidos por sua igreja, repudiar e lutar veementemente contra esse fundamentalismo, que não é cultural, mas sim, meramente mercadológico e político.