Bananadas de Bolsonaro

01/04/2020 17:01

Bananadas de Bolsonaro

“Yes nós temos bananas”. Essa expressão se encaixou perfeitamente nas relações do nosso desgoverno quando da visita de Bolzo aos EUA e às declarações do capitão a Trump. As declarações de amor aos nossos patrões do Norte foram tão excessivas que devem ter causado indigestão até ao menos consciente brasileiro. Não me refiro a parte de “modelos” da classe média que vestiu a camisa da seleção e que se esqueceu dos panelaços e mantem a continuidade dessa sociedade de privilégios, esses são os inconscientes da conveniência, ou frutos dos egoísmos que trazem de berço.

Lá, no paraíso do “American Way Off Life”, as coisas não vão tão bem assim. O Corona Vírus impôs um recuo a Trump. Aqui, Bolsonaro insiste na sua irresponsabilidade e personalismo. Será que terão que lembrar de Keynes para minimizar a imensa crise desse neoliberalismo radical, que aqui no Brasil é representado pelo aplicado aluno da Escola de Chicago, Paulo Guedes?

Não olhemos só para o chefe do Novo Mundo, propagador da Doutrina Monroe. Os erros foram cometidos, também, pelo Velho Mundo. Espanha e Itália são a prova desse argumento. Arrisco a dizer que essa crise não é do “Velho” ou do “Novo Mundo. Ela expõe as mazelas de um capitalismo selvagem, mundial e globalizado – por falar nisso, quais os comentários sobre os efeitos do Corona na África?

Frente a todo esse caos que vivemos, as ameaças de um desgoverno de caracteristicas populistas é preocupante. As ameaças aos princípos republicanos, democráticos e federativos do Brasil são inequívocas. Percebemos uma classe média amedrontada, e com razão, pela ameaça de um vírus que não mata só os da “favela”, mas que ameaça a entrar na casa de qualquer indivíduo, até mesmo daquele que se manteve fiel a essa parte da sociedade que sempre caminhou para manter os privilégios das elites. É uma pandemia que não foi trazida pelos “favelados”, esses já viveram e vivem o seu isolamento social, há séculos. Vale lembrar que os navios negreiros eram bem diferentes dos Cruzeiros que navegam no mundo do capital e alimentam parte daqueles que sonham que podem consumir e fazer carreatas para que o comércio funcione normalmente, endossando o comportamento criminoso desse presidente que, a cada dia, perde credibilidade no mundo inteiro. O banzo só matava negros... Acorde, parte elitista da classe média, não é a favela que está ameaçando o mundo, não é o velho discurso contra a corrupção que vai remediar as consequências dessa crise, não é o dedinho simulando armas que vai “matar” o vírus. Pelo contrário, só distribuição de renda e políticas sociais podem nos tirar do caos, tudo isso sem “rachadinhas”, por favor.

Voltando ao assunto das bananadas, fruto dessa conversa, lembrei-me de outra fruta comum entre os brasileiros, o mamão. Na nossa cultura popular não é muito interessante ser chamado de “mamão” ou de “banana”. No caso dos Bolsonaro fica dicícil esquecermos essas associações depreciativas: “você é um banana”, você é um mamão”. Vale a pena dizer que pé de mamão “macho” não dá frutos; vide 01, 02 e 03. Esses “frutos” não desgrudarão do pé do pai, mas sumirão com ele do mundo político.

Por fim, um alerta ao presidente, “porra”, cuidado com o “moleque-da- bananeira”, não é ministro da justiça, mas mata a plantação.

Prof. Marcelo Ribeiro