Um Nordeste Melhor
Noite de São João, festa bonita e culturalmente muito interessante. Na cidade, mais um evento empresarial, com poucas atrações comprometidas com as raízes dessa tradição, que arregimenta milhares de pessoas e que congrega muitas famílias. No interior, oportunidade de rever amigos e familiares ao redor da fogueira, pretexto para, entre uns e outros goles de licor, por a "vida em dia". Como estou na cidade, sem muita coisa interessante para fazer, até o licor esqueci, resolvi aproveitar para fazer uma reflexão política, própria para esse representativo momento do nordestino.
São João é uma festa que, através de suas músicas (as tradicionais), quase sempre nos lembra o sofrimento do povo nordestino. Sua luta para conviver com a seca, o êxodo rural e a concentração de terras sempre marcaram a vida desse sofrido e lutador povo. Não bastando as dificuldades naturais, a falta de investimentos em políticas sociais e alternativas à miséria no campo sempre marcaram os governos brasileiros anteriores ao operário, pernambucano Lula.
A transposição do rio São Francisco trará benefícios para doze milhões de pessoas. O Bolsa Família, que era um investimento de dois bilhões de reais durante o governo de FHC, passou a ser de dez bilhões no governo Lula. O aumento real do salário mínimo (Lula) gerou aumento do consumo, reativação de pequenos negócios e melhoria da qualidade de vida dos nordestinos. Entre 2003 e 2009, o Nordeste cresceu 5,9% ao ano, o Brasil cresceu 5,4% e o Sudeste 5,2%. Nesse mesmo período, o comércio varejista nordestino assumiu a dianteira e foi responsável por alavancar a criação de empregos na região. Ainda no governo Lula, iniciou-se a duplicação da BR 101 e a construção de novas refinarias no Maranhão, no Ceará e em Pernambuco; a ampliação da Refinaria Clara Camaleão (RN) e da Landulpho Alves (BA). Numa relação mais direta com as dificuldades enfrentadas pelos camponeses nordestinos, o Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF) gerou investimentos seis vezes maiores que os gerados pelo governo FHC.
No governo Dilma os investimentos continuaram gerando melhorias no Nordeste. Obras do PAC foram importantes para a infraestrutura e geração de empregos. No campo da educação, novas universidades e escolas técnicas ampliaram as oportunidades de estudo para os jovens da região.
É inegável que os governos do PT (Lula e Dilma) tiveram uma participação significativa na construção de um Nordeste mais humanizado e menos desigual. Para o nordestino, hoje, o São João não significa, apenas, a lembrança da vida dura e da esperança por melhores dias. Significa, sobretudo, o momento certo para erguer a cabeça e continuar lutando, porque agora temos perspectivas concretas de que nossa voz está sendo ouvida.
Não só o nordestino, mas todos os brasileiros que têm consciência política e lutam por um país mais justo, não podem se intimidar com o Partido da Imprensa Golpista (PIG) ou com Black Blocs que bebem Black White. Cabe-nos a luta democrática e pacífica, colocando a estrela no peito e afirmando que queremos Dilma presidenta do nosso Brasil.